"Os dentes mudam o sorriso, o sorriso muda a face. A face muda a expressão, a expressão muda a vida!"

sexta-feira, 3 de junho de 2011

FICHAMENTO 6


Aspectos metabólicos e funcionais do zinco na Síndrome de Down
Raynério Costa MarquesI; Dilina do Nascimento MarreiroII,
IMestrando, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição, Universidade Federal do Piaui. Teresina, PI, Brasil
IIDepartamento de Nutrição, Universidade Federal do Piauí. Campos Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 13, s/n, 64049-550, Ininga, Teresina, PI, Brasil

Nos anos recentes, percebe-se um crescente interesse no que diz respeito às desordens hormonais, bioquímicas e nutricionais presentes na Síndrome de Down. Estudos têm procurado elucidar os mecanismos envolvidos na fisiopatologia de doenças associadas a essa síndrome, assim como os fatores contribuintes para o comprometimento do crescimento e desenvolvimento.
Nesse sentido, têm sido demonstradas alterações na função e metabolismo dos hormônios da glândula tireóide, caracterizando o hipotireoidismo subclínico. Paralelamente, também já foram evidenciadas alterações no metabolismo de zinco na Síndrome de Down, com reduzidas concentrações desse mineral no plasma e na urina. O zinco participa do metabolismo energético e na regulação da expressão gênica, como componente catalítico de mais de 300 metaloenzimas.

A captação do zinco pela superfície da borda em escova ocorre por meio de dois mecanismos de transporte: processo mediado por transportadores e por difusão simples, que varia em sua importância conforme a concentração desse mineral presente na dieta. O mecanismo mediado por carreador predomina em situação de baixa concentração de zinco na dieta, enquanto que a absorção por difusão simples é predominante quando a concentração desse mineral é elevada.

O zinco da dieta está associado com inúmeros outros fatores que podem promover ou dificultar sua absorção, que ocorre em todo o intestino delgado. A presença de aminoácidos, como a cisteina e a histidina, melhoram sua biodisponibilidade. Por outro lado, o fitato presente nos alimentos (farelos, cereais de grãos integrais e leguminosas) dificulta essa disponibilidade.
A concentração de zinco no plasma é o índice que mais tem sido utilizado para avaliar o estado nutricional relativo a esse mineral e respon-de, rapidamente, a qualquer variação desse. Entretanto, esse índice é influenciado, tanto pelo estado fisiológico quanto pelo patológico. A concentração de zinco eritrocitário reflete alterações a médio e longo prazos nos estoques desse mineral no organismo, e a variação indicada é devida à meia-vida mais longa dos eritrócitos (120 dias).
Entre as enzimas das quais o zinco faz parte estão a anidrase carbônica, que foi a primeira dependente de zinco a ser descoberta, além da proteína C quinase, fostatase alcalina, carboxipeptidases, álcool desidrogenase, superóxido dismutase e transcriptase reversa.

O zinco contribui na estabilização de membranas estruturais e na proteção celular, prevenindo a peroxidação lipídica. O papel fisiológico desse mineral como antioxidante é evidenciado, fundamentalmente, por dois mecanismos: proteção dos grupos sulfidrilos contra oxidação e inibição da produção de espécies reativas de oxigênio por metais de transição, reforçando, assim, o papel do zinco como estabilizador da membrana plasmática e de outras membranas e organelas encapsuladas.

Os estudos que relacionavam esse mineral com a Síndrome de Down sugeriam que as alterações encontradas na sua distribuição tecidual estariam relacionadas com distúrbios na atividade dos hormônios da tireóide, principalmente no que diz respeito à ação desses hormônios nos tecidos.

Existem evidências experimentais que demonstram alterações na distribuição do zinco em organismos de indivíduos portadores da Síndrome de Down, bem como distúrbios bioquímicos, metabólicos e/ou hormonais, manifestados pela deficiência desse mineral. Várias pesquisas mostram os resultados promissores da suplementação com zinco na melhora de quadros clínicos, como o hipotireoidismo subclínico e alterações do sistema imune.


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732006000400009&lng=pt&nrm=iso

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