"Os dentes mudam o sorriso, o sorriso muda a face. A face muda a expressão, a expressão muda a vida!"

sexta-feira, 3 de junho de 2011

FICHAMENTO 4


Epífora congênita nos pacientes com síndrome de Down
Christiane Carvalho Salvio; Wilson Takashi Hida; José Vital Filho; Marcos Cunha; Joelice dos Santos Araújo.


O diagnóstico da síndrome de Down é feito através da cariotipagem cromossômica, que pode ser realizada, durante a gestação, por análise citogenética das vilosidades coriônicas ou células do líquido amniótico.

Pais de criança com síndrome de Down têm risco aumentado de ter outro filho com essa síndrome em gestações futuras, principalmente nos casos de translocação; por essa razão o aconselhamento genético é importante.O quociente de inteligência em geral é de 30 a 60. Felizmente, o desempenho social desses pacientes costuma ser superior ao que seria de se esperar de acordo com a idade mental; são geralmente lactentes dóceis e crianças alegres e responsivas.

Alguns autores demonstraram que a obstrução anatômica das vias lacrimais em pacientes com síndrome de Down, ocorre entre o saco lacrimal e o ducto lacrimonasal.O objetivo do presente estudo foi identificar as causas de epífora congênita nos pacientes com síndrome de Down, avaliando a incidência de obstrução anatômica das vias lacrimais e bloqueio funcional da bomba lacrimal, assim como comparar essas incidências com a de pacientes controle.

Foram excluídos do estudo, pacientes atendidos no ambulatório de Vias Lacrimais que apresentavam tumor, abscesso nas vias lacrimais, doenças da superfície ocular ou pálpebras. Todos foram previamente submetidos a exame oftalmológico completo e apresentavam como queixa principal epífora e/ou secreção ocular constante, uni ou bilateral, desde o nascimento.

Os pacientes foram separados em dois grupos: grupo A, 30 pacientes com diagnóstico de síndrome de Down e grupo B, 665 pacientes sem a síndrome. Os pacientes dos dois grupos foram submetidos à prova
de irrigação das vias lacrimais em ambos os olhos, pelo médico assistente ou estagiário do serviço de Vias Lacrimais, sob anestesia geral inalatória com máscara laríngea.

Para análise dos resultados, foi aplicado o teste de Mann-Whitney, para comparação das idades em anos no momento da realização da irrigação das vias lacrimais e o teste do Quiquadrado, para identificar possíveis relações entre sexo, raça, uni ou bilateralidade dos sintomas e incidência de obstrução anatômica das vias lacrimais entre os grupos. Fixou-se em 0,05 ou 5% (p<0,05) o valor de rejeição da hipótese de nulidade.

Sintomas bilaterais de epífora e/ou secreção ocular constante foram encontrados em 25 pacientes (83,33%) do grupo A e em 335 pacientes (50,38%) do grupo B (p=0,0008). A irrigação das vias lacrimais foi realizada em ambos os olhos, mas consideramos como dados do trabalho o resultado da irrigação apenas nos olhos com epífora e/ou secreção ocular constante.

O número de portadores da síndrome de Down vem aumentando sensivelmente, devendo-se possivelmente ao maior número de gestações em mulheres acima de 35 anos e ao aumento da longevidade desses pacientes.

Conclui-se que a maioria das causas de epífora congênita em pacientes com síndrome de Down é decorrente do bloqueio funcional da bomba lacrimal, diferente do que ocorre em pacientes sem a síndrome, em que a principal causa é a obstrução anatômica das vias lacrimais.

http://www.scielo.br/

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