"Os dentes mudam o sorriso, o sorriso muda a face. A face muda a expressão, a expressão muda a vida!"

domingo, 5 de junho de 2011

TAREFAS REALIZADAS- GINCANA

1. Entrevista  ok
http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/questao-1-e-unica-que-faltava.html


2.Passar um turno na APAE ok
http://palomafsgn.blogspot.com/2011/05/visita-apae.html


3.Ler 10 artigos de genética e fazer fichamento ok
1- http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/fichamento-1.html

2- http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/fichamento-2.html

3- http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/fichamento-3.html

4-http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/fichamento-4.html

5- http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/fichamento-5.html

6- http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/fichamento-6.html

7- http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/fichamento-7.html

8- http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/fichamento-8.html

9- http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/fichamento-9.html

10- http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/fichamento-10.html

4. Escrever um artigo com 15 referências bibliográficas
NÃO FIZ

5.Preparar um painel em junho divulgando o seu BLOG Ok
http://palomafsgn.blogspot.com/2011/05/gincana-divulgacao-do-blog.html


6.Legendar um vídeo do youtube com tema de genética ok

http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/video-de-genetica.html


7. Montar uma molécula de DNA ok
http://palomafsgn.blogspot.com/2011/05/questao-7-da-gincana-molecula-de-dna.html


8.Fazer uma marca texto (marca página)ok
http://palomafsgn.blogspot.com/2011/05/gincana-marca-texto.html




9.Divulgar no seu blog o trabalho do tópico 2  ou do tópico 6 de ao menos 10 colegas ok. 
http://palomafsgn.blogspot.com/2011/05/tarefa-9-divulgacao-de-videos-concluida.html


10.Ter seu trabalho do tópico 6 divulgado por ao menos 04 colegas em seus blogs. ok.
http://palomafsgn.blogspot.com/2011/06/eles-me-divulgaram.html





ACABEEI, 9 tarefaas feitas.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Questão 1 e a unica que faltava... ;) ENTREVISTA


Nome Completo: Maria de Fátima Pereira Araujo 
Formação acadêmica: Ciências com habilitação em Biologia (URCA)
Carreira Profissional: Professora

1- Qual a sua área de pós-graduação?
 Sou pós-graduada em Biologia

2- O que te levou a se dedicar a Biologia? O que você acha mais importante?
Biologia era a disciplina que eu mais gostava. Sempre a considerei importante e fascinante. Sendo assim não poderia ter escolhido outro curso. 

3- Na sua pós-graduação, desenvolveu algum projeto ou pesquisa?
 Desenvolvi um trabalho sobre aleitamento materno

4- Fale um pouco sobre o seu projeto ou pesquisa?
O trabalho buscou através de pesquisas e entrevistas a jovens com filhos primogênitos recém-nascidos, coletar dados, esclarecer duvidas e destacar a importância da amamentação para o bom desenvolvimento da criança, bem como um pós-parto saudável para a mãe.

5- Teve alguma associação com genética? Como?
Neste trabalho não fez referencia a genética, embora demonstrem que existe relação entre o quociente de inteligência e o leite materno.

6- Tem alguma relação com o desenvolvimento dentário? Como?
 A amamentação ajuda no desenvolvimento saudável da mandíbula. A criança que usa mamadeira executa movimentos “errados” de deglutição, o que pode fazer com que a mandíbula não se desenvolva corretamente, prejudicando a dentição.
7- Como você usa os seus conhecimentos a partir da pós-graduação no seu dia a dia?
A pós-graduação faz você se sentir mais seguro, pois representa um suporte para as suas aulas. São varias pessoas na mesma área, trocando experiências.
Como professora, sinto a necessidade de buscar novos conhecimentos e repassá-los para os meus alunos.

8- Como ja tive um contato com a senhora, sei que é professora do ensino fundamental e médio. Como relacionou a sua pós-graduação com a escola?
 Não foi muito fácil. Acredito que o desejo que eu tenho por conhecimentos foi maior do que as dificuldades. Organizei meu tempo e não deixei trabalho acumulado. Assim deu pra conciliar trabalho e pós-graduação.

9- Gosta do seu trabalho? Pretende aprofundar ainda mais seus conhecimentos? fazer alguma outra especialização?

 Embora a profissão não seja valorizada, não consigo me imaginar em outra profissão. Sou professora de Biologia por vocação. Pretendo fazer um mestrado em Fisiologia Humana.


 Quero agradecer a Fatinha, pela a sua atenção e seu tempo. E parabenizá-la pelas suas conquistas.



Depois colocarei uma foto, porque ainda não tenho.

FICHAMENTO 10


Avaliação do equilíbrio estático de crianças e adolescentes com síndrome de Down
  Meneghetti CHZI; Blascovi-Assis SMII; Deloroso FTI; Rodrigues GMIII
IDepartamento de Fisioterapia, Centro Universitário Hermínio Ometto (Uniararas), Araras (SP), Brasil
IIPrograma de Pós-graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM), São Paulo (SP), Brasil
IIICurso de Educação Física, UPM.

Disfunções no controle postural são frequentemente descritas em crianças com SD e relacionadas com dificuldades como coordenação motora, problemas com integração sensório-motora ou simplesmente como movimentos desajeitosos. Movimentos são considerados desajeitados quando os indivíduos são lentos em se adaptar à tarefa e às condições mutáveis do ambiente ou são menos capazes de fazer ajustes posturais antecipatórios.
Para manter o equilíbrio em qualquer postura, o corpo humano precisa receber informações sobre a sua posição no espaço e sobre o ambiente. Essas informações são recebidas pelo corpo por meio do sistema neural, que integra a informação sensorial para acessar a posição e o movimento do corpo no espaço e o sistema musculoesquelético que gera forças para controlar a posição do corpo, conhecido como o sistema de controle postural.
Os objetivos deste estudo foram avaliar o equilíbrio estático de crianças e adolescentes com Síndrome de Down pela Biofotogrametria Computadorizada e verificar a influência da visão no equilíbrio estático.
Participaram do estudo 25 crianças e adolescentes, sendo 11 com SD, que constituíram o grupo estudado (GE) e 14 crianças e adolescentes neurologicamente normais que compuseram o grupo controle (GC), com características homogêneas de gênero, peso, estatura e idade, sendo essa entre 07 e 14 anos. Os participantes foram recrutados a partir de uma instituição de educação especial e escolas regulares, tendo seus pais ou responsáveis assinado o termo de consentimento livre e esclarecido.
A coleta dos dados da avaliação do equilíbrio estático ocorreu nas dependências da própria instituição à qual a criança pertencia, uma vez que a metodologia aplicada permite a montagem do equipamento em diferentes locais.
Para verificar o efeito da visão nas oscilações dos planos frontal e sagital, foi utilizado o teste de dados pareados, dentre eles o teste t de Student em GE e GC. Para avaliar a normalidade da amostra, foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk. Para comparar as médias dos grupos, foi utilizada análise de variância (ANOVA), que foi feita de maneira independente para cada uma das condições experimentais definidas: oscilação frontal com visão, oscilação frontal sem visão, oscilação sagital com visão e oscilação sagital sem visão, aplicando o teste de Tukey para comparação das médias. O nível de significância usado para todas as análises estatísticas foi de p<0,05.
A compreensão e a quantificação dos movimentos do corpo humano têm despertado grandes interesses em diferentes áreas de conhecimento. A busca de métodos avaliativos eficazes e precisos tem sido uma constante para planejar e programar uma intervenção efetiva.
A Biofotogrametria Computadorizada, além de ser um método fidedigno aos resultados apurados, de alta precisão e consequentemente confiável, permite ainda registrar a imagem em arquivo, possibilitando comparação posterior e mensuração sempre que necessário.
Observou-se que a Biofotogrametria Computadorizada mostrou-se eficiente para avaliação de equilíbrio em pessoas com SD, configurando-se um instrumento importante para os procedimentos de avaliação em fisioterapia. O grupo composto por crianças e adolescentes com Síndrome de Down (GE), avaliado por esse instrumento, apresentou maior oscilação na avaliação do equilíbrio estático quando comparado ao GC.



 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-35552009000300007&lng=pt&nrm=iso

FICHAMENTO 9


Implicações do estresse oxidativo sobre o metabolismo eritrocitário de pessoas com Síndrome de Down
Rinaldo H. Aguilar-da-SilvaI; Thiago P. MoraesII; Gilberto MoraesIII
IDocente de Bioquímica da Faculdade de Medicina de Marília (Famena)
IIResidente de Clínica Médica –Fanema
IIIUniversidade Federal de São Carlos –UFSCar

Um indicador sensível na avaliação do nível de estresse oxidativo são os glóbulos vermelhos, que, durante seu ciclo vital, entram em contato com as mais diversas estruturas orgânicas. Apesar de apresentarem um metabolismo mínimo, este é fisiologicamente significativo, sendo responsável pela manutenção da estrutura da membrana e da hemoglobina, da forma do eritrócito e da defesa contra o dano oxidativo. Sua função como transportador de gases os torna particularmente susceptíveis à oxidação pelo O2 e radicais livres e, assim, diversos parâmetros da integridade e funcionalidade das células vermelhas são negativamente afetados pelo aumento do estresse oxidativo. Deste modo, os eritrócitos se apresentam como marcadores biológicos das agressões tóxicas e oxidantes em diferentes órgãos e sistemas.

No presente estudo foram analisados 24 amostras de sangue pertencentes a indivíduos (6,4 ± 1,3 anos) do sexo masculino, 12 portadores da Síndrome de Down da APAE – Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais de Marília e 12 indivíduos controle. Todos tiveram autorização de seus responsáveis, que foram previamente esclarecidos sobre a pesquisa. O presente estudo foi realizado de acordo com a declaração de Helsinki (1989) e foi aprovado pelo Comitê de Ética da APAE de Marília – SP.

As amostras de sangue foram obtidas por punção venosa e colocadas em tubos de ensaios, um contendo anticoagulante EDTA em solução aquosa a 5% (1 gota/ml de sangue) para a utilização de sangue total e plasma e outro sem anticoagulante para a obtenção de soro.
Os valores médios da SOD-1 foram de 2.191,30 U/g de Hb para o grupo controle e 3.245,20 U/g de Hb para o grupo Síndrome de Down. O teste estatístico mostrou que, no nível de significância de 5%, os valores da atividade no grupo Síndrome de Down são, significativamente, diferentes do grupo controle (P<0,0001), revelando aumento de, aproximadamente, 48% quando comparadas as médias dos dois grupos.

O teste de correlação linear demonstrou que, em nível de significância de 5%, existiu correlação positiva (controle : r=0,59 e Síndrome de Down: r=0,72) entre os níveis da atividade enzimática da SOD-1 e da meta-hemoglobina redutase, em ambos os grupos. O coeficiente de determinação (r2) foi de 35% no grupo controle e 52% no grupo Síndrome de Down.

Os eritrócitos são células altamente especializadas para a função de transporte de O2. Essa atividade só pode ocorrer em decorrência da presença do seu sistema enzimático herdado durante o período eritroblástico, que mantém-se ativo durante o tempo em que eles permanecem na circulação sangüínea. A importância do sistema oxirredutor eritrocitário reside no fato de que, tanto a glutationa no seu estado reduzido, quanto o ferro no estado Fe++, são fatores determinantes na manutenção da integridade funcional do eritrócito, incluindo sua capacidade de deformabilidade e de ligação reversível do O2. Deste modo, os processos oxidativos estão intimamente relacionados ao metabolismo das células vermelhas incluindo a via glicolítica, via das pentoses fosfato, metabolismo da glutationa, metabolismo do NAD e NADP e atividades das enzimas SOD-1 e meta-hemoglobina redutase.

No caso de indivíduos com Síndrome de Down, sujeitos ao estresse oxidativo endógeno crônico, os efeitos sobre a integridade estrutural e funcional da hemoglobina seriam muito mais acentuados. No entanto, observamos aumento da atividade da meta-hemoglobina redutase, o que corrobora os dados de Pantelakis et al25 para Síndrome de Down e o encontrado em outros modelos de estresse oxidativo.26,27,28 Este aumento seria compensação metabólica secundária ao aumento da concentração de meta-hemoglobina, conseqüente ao aumento de radicais livres, como evidenciado pela correlação positiva estabelecida entre as atividades da SOD-1 e meta-hemoglobina redutase.

 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-84842003000400009&lng=pt&nrm=iso

FICHAMENTO 8


A síndrome de Down e sua patogênese: considerações sobre o determinismo genético
Down syndrome and its pathogenesis: considerations about genetic determinism
 Lília MA Moreira, Charbel N El-Hani e Fábio AF Gusmão
Além do atraso no desenvolvimento, outros problemas de saúde podem ocorrer no portador da síndrome de Down: cardiopatia congênita (40%); hipotonia (100%); problemas de audição (50 a 70%); de visão (15 a 50%); alterações na coluna cervical (1 a 10%); distúrbios da tireóide (15%); problemas neurológicos (5 a 10%); obesidade e envelhecimento precoce. Em termos de desenvolvimento, a síndrome de Down, embora seja de natureza subletal, pode ser considerada geneticamente letal quando se considera que 70–80% dos casos são eliminados prematuramente.
Deve ser também ressaltado que as habilidades intelectuais do Down têm sido historicamente subestimadas. Estudos contemporâneos mostram que a maioria dos Down tem um desempenho na faixa de retardo mental entre leve e moderado. A melhor capacidade cognitiva tem sido atribuída ao mosaicismo cromossômico, além de outros fatores como o conjunto genético do indivíduo e a influência de fatores epigenéticos e ambientais.
O cromossomo 21, o menor dos autossomos humanos, contém cerca de 255 genes, de acordo com dados recentes do Projeto Genoma Humano. A trissomia da banda cromossômica 21q22, referente a 1/3 desse cromossomo, tem sido relacionada às características da síndrome. O referido segmento cromossômico apresenta, nos indivíduos afetados, as bandas características da eucromatina correspondente a genes estruturais e seus produtos em dose tripla.
A elaboração do mapa fenotípico, associando características específicas com sub-regiões do cromossomo 21, mostra que, entre os produtos gênicos conhecidos, só a APP (proteína precursora amilóide) foi decisivamente relacionada à síndrome de Down. O gene correspondente foi mapeado na banda cromossômica 21q21.5 e vários fragmentos da sua molécula foram associados com a inibição da serina protease, adesão celular, neurotoxicidade e crescimento celular. A sua função se manifesta no desenvolvimento do sistema nervoso central, onde é sintetizada tanto em neurônios quanto em células glíares (astrócitos).
Em vista dessa plasticidade, o Comitê da Organização Mundial da Saúde enfatiza a importância dos procedimentos de intervenção precoce no desenvolvimento da criança com síndrome de Down e outras deficiências. Ludlow e Allen e Coriat et al estudaram o efeito da estimulação psicomotora sobre o QI de crianças com síndrome de Down, comparadas a grupos controle com a mesma síndrome e evolução espontânea. As duas investigações foram semelhantes em metodologia e os resultados mostram diferenças significativas entre os dois grupos estudados, favorecendo o desenvolvimento das crianças estimuladas. Ludlow e Allen verificaram QI médio de 82,7 no grupo estimulado e 66,4 nos controles. Além disso, as crianças estimuladas foram mais facilmente integradas na pré–escola e o acompanhamento escolar nos cinco anos posteriores mostra que uma proporção considerável continuou os estudos em escolas regulares (40% em relação a 29% no grupo controle), não obstante a resistência dos professores em aceitar crianças Down em suas classes.
Os estudos referidos nessa seção permitem elaborar a hipótese de que, por meio da experiência ativa obtida por estimulação, pode ser construído um novo padrão de comportamento em pessoas com síndrome de Down, levando a modificações funcionais. Na exata medida em que evidencia a plasticidade fenotípica dos afetados, o sucesso das intervenções psicomotoras e pedagógicas na síndrome de Down mostra como não se pode afirmar que o conjunto fenotípico dessa síndrome seja determinado geneticamente, a despeito de não haver qualquer dúvida quanto ao papel crítico da trissomia da banda cromossômica 21q22 em sua história natural.

 http://www.scielo.br/

FICHAMENTO 7


O papel dos gestos no desenvolvimento da linguagem oral de crianças com desenvolvimento típico e crianças com síndrome de Down

Os gestos são definidos como ações produzidas para fins de comunicação, geralmente realizados usando-se os dedos, mãos e braços, mas podendo também incluir movimentos faciais e corporais. Tradicionalmente, os gestos são divididos em duas categorias: dêiticos e representativos. Os dêiticos seriam aqueles utilizados para estabelecer um referencial, indicando um objeto ou evento e, portanto, sua interpretação depende do contexto em que é realizado. Já os gestos representativos apresentam conteúdo semântico específico.
Tais gestos podem se referir a objetos, significando alguma de suas características (gestos simbólicos), como por exemplo, o gesto de abrir e fechar a mão em frente à boca (comer), ou ser definidos culturalmente (gestos convencionais), como por exemplo, os gestos de dar tchau e de mandar beijo, em que não há um objeto ou ação específica a ser representada.
Os gestos dêiticos são a primeira manifestação da comunicação intencional e sua sequência de desenvolvimento revela um gradual distanciamento do objeto concreto, seguindo na mesma direção do desenvolvimento simbólico.
O objetivo do presente estudo foi caracterizar o papel dos gestos nos estágios iniciais do desenvolvimento da linguagem oral de crianças com DT e crianças com SD, a partir de um amplo levantamento bibliográfico em bases de dados (SciELO, LILACS, PubMed, Dedalus), que abrangeu as duas últimas décadas de estudos na área.
Muitos estudos têm sugerido que as crianças com SD apresentam preferência pelo meio comunicativo gestual ao meio verbal em função das dificuldades na linguagem oral, especialmente em relação aos aspectos fonológicos e morfossintáticos.
A existência de uma "vantagem", pelas crianças com SD, com respeito ao uso de gestos, é controversa segundo a literatura. Estudo realizado a partir de questionários aplicados aos pais demonstrou repertório gestual mais extenso em crianças com SD, quando comparadas a crianças com DT pareadas em relação ao vocabulário receptivo e expressivo. Resultados semelhantes foram posteriormente encontrados por outro estudo.
Estudos recentes têm sugerido que, além do importante papel dos gestos no desenvolvimento da linguagem oral, permitindo à criança comunicar novos significados de forma isolada ou combinada e, portanto, fornecendo-lhe o potencial necessário para a aprendizagem de novas palavras e suas combinações, os gestos também desempenhariam função social nesse processo, na medida em que sinalizam ao interlocutor que a criança já está pronta para receber determinado tipo de input linguístico.
O interlocutor, por sua vez, ao traduzir as produções gestuais da criança, fornecer-lhe-ia o modelo de como expressar suas ideias inteiramente por meio da fala (por exemplo, em resposta ao gesto da criança de apontar para uma boneca, a mãe provavelmente dirá "a boneca", ou se a criança apontar para a bolsa da mãe e disser "mamãe", a mãe provavelmente dirá "é, a bolsa da mamãe").
Portanto, pode-se dizer que os gestos também desempenham papel indireto na aprendizagem de novas palavras ou sentenças, visto que eliciam produções verbais dos adultos, referentes ao objeto foco da atenção da criança. Além disso, os gestos podem consistir em um meio de a criança direcionar o input linguístico que recebe, facilitando assim, seu próprio aprendizado.
Em relação à criança com SD, a literatura aponta que essas crianças geralmente apresentam dificuldades para prestar atenção a estímulos externos, são menos interativas e menos responsivas e, consequentemente, menos engajadas em atividades de jogo e brincadeira com seus pais.
O estudo dos gestos nos estágios iniciais do desenvolvimento comunicativo pode consistir em um meio importante não apenas para a identificação de crianças com alterações de linguagem, mas também para a distinção entre os casos de atraso e de distúrbio.
Quanto às crianças com SD, estudos mais recentes também indicam o valor de predição dos gestos para o desenvolvimento lexical, embora relacionado apenas à compreensão, e com o importante papel de favorecer o aprendizado de novos significados. Já em relação ao valor preditivo do uso de combinações suplementares de gestos e palavras para o uso de combinações de duas palavras, a literatura relata que as crianças com SD, além do atraso para o início da realização de tais combinações, também as apresentam com menor frequência e diversidade quando comparadas às crianças com DT.
As dificuldades de manter a atenção em atividades compartilhadas e a produção de gestos de forma breve e confusa relatadas em crianças com SD, associadas a comportamentos menos sensíveis e responsivos de seus pais, também podem contribuir para as dificuldades de expressão verbal dessas crianças, visto que interferem no recebimento do input adequado e favorável ao desenvolvimento da linguagem oral.


 http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-80342010000300023&lng=pt&nrm=iso






FICHAMENTO 6


Aspectos metabólicos e funcionais do zinco na Síndrome de Down
Raynério Costa MarquesI; Dilina do Nascimento MarreiroII,
IMestrando, Centro de Ciências da Saúde, Departamento de Nutrição, Universidade Federal do Piaui. Teresina, PI, Brasil
IIDepartamento de Nutrição, Universidade Federal do Piauí. Campos Universitário Ministro Petrônio Portela, Bloco 13, s/n, 64049-550, Ininga, Teresina, PI, Brasil

Nos anos recentes, percebe-se um crescente interesse no que diz respeito às desordens hormonais, bioquímicas e nutricionais presentes na Síndrome de Down. Estudos têm procurado elucidar os mecanismos envolvidos na fisiopatologia de doenças associadas a essa síndrome, assim como os fatores contribuintes para o comprometimento do crescimento e desenvolvimento.
Nesse sentido, têm sido demonstradas alterações na função e metabolismo dos hormônios da glândula tireóide, caracterizando o hipotireoidismo subclínico. Paralelamente, também já foram evidenciadas alterações no metabolismo de zinco na Síndrome de Down, com reduzidas concentrações desse mineral no plasma e na urina. O zinco participa do metabolismo energético e na regulação da expressão gênica, como componente catalítico de mais de 300 metaloenzimas.

A captação do zinco pela superfície da borda em escova ocorre por meio de dois mecanismos de transporte: processo mediado por transportadores e por difusão simples, que varia em sua importância conforme a concentração desse mineral presente na dieta. O mecanismo mediado por carreador predomina em situação de baixa concentração de zinco na dieta, enquanto que a absorção por difusão simples é predominante quando a concentração desse mineral é elevada.

O zinco da dieta está associado com inúmeros outros fatores que podem promover ou dificultar sua absorção, que ocorre em todo o intestino delgado. A presença de aminoácidos, como a cisteina e a histidina, melhoram sua biodisponibilidade. Por outro lado, o fitato presente nos alimentos (farelos, cereais de grãos integrais e leguminosas) dificulta essa disponibilidade.
A concentração de zinco no plasma é o índice que mais tem sido utilizado para avaliar o estado nutricional relativo a esse mineral e respon-de, rapidamente, a qualquer variação desse. Entretanto, esse índice é influenciado, tanto pelo estado fisiológico quanto pelo patológico. A concentração de zinco eritrocitário reflete alterações a médio e longo prazos nos estoques desse mineral no organismo, e a variação indicada é devida à meia-vida mais longa dos eritrócitos (120 dias).
Entre as enzimas das quais o zinco faz parte estão a anidrase carbônica, que foi a primeira dependente de zinco a ser descoberta, além da proteína C quinase, fostatase alcalina, carboxipeptidases, álcool desidrogenase, superóxido dismutase e transcriptase reversa.

O zinco contribui na estabilização de membranas estruturais e na proteção celular, prevenindo a peroxidação lipídica. O papel fisiológico desse mineral como antioxidante é evidenciado, fundamentalmente, por dois mecanismos: proteção dos grupos sulfidrilos contra oxidação e inibição da produção de espécies reativas de oxigênio por metais de transição, reforçando, assim, o papel do zinco como estabilizador da membrana plasmática e de outras membranas e organelas encapsuladas.

Os estudos que relacionavam esse mineral com a Síndrome de Down sugeriam que as alterações encontradas na sua distribuição tecidual estariam relacionadas com distúrbios na atividade dos hormônios da tireóide, principalmente no que diz respeito à ação desses hormônios nos tecidos.

Existem evidências experimentais que demonstram alterações na distribuição do zinco em organismos de indivíduos portadores da Síndrome de Down, bem como distúrbios bioquímicos, metabólicos e/ou hormonais, manifestados pela deficiência desse mineral. Várias pesquisas mostram os resultados promissores da suplementação com zinco na melhora de quadros clínicos, como o hipotireoidismo subclínico e alterações do sistema imune.


http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732006000400009&lng=pt&nrm=iso

FICHAMENTO 5


Candida albicans isoladas da cavidade bucal de crianças com síndrome de Down: ocorrência e inibição do crescimento por Streptomyces sp
José Daniel Gonçalves VieiraI; Evandro Leão RibeiroI; Cerise de Castro CamposII; Fabiana Cristina PimentaI; Orlando Ayrton de ToledoII; Gustavo Morais NagatoIII; Niwmar Alves de SouzaIII; Wesley Magno FerreiraIV; Cléver Gomes CardosoV; Sueli Meira da Silva DiasVI; César Aparício de Araújo JúniorVII; Daniel Teles ZattaVII; Juliana de Sousa dos SantosVII
IDepartamento de Microbiologia do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO
IIDepartamento de Odontologia da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade de Brasília, Brasília, DF
IIICirurgiões-dentistas da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO
IVEspecialista em Farmácia Hospitalar e Assistencial da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO
VDoutorando em Patologia Molecular da Universidade de Brasília, Brasília, DF
VIMestranda em Medicina Tropical do Instituto de Patologia Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO
VIIFarmacêuticos da Universidade Federal de Goiás, Goiânia, GO



As leveduras do gênero Candida são microrganismos integrantes da microbiota bucal do homem desde o nascimento. Esta condição microbiológica propicia comumente uma relação de equilíbrio entre parasita-hospedeiro, diante da manutenção da integridade das barreiras teciduais, relação harmônica da microbiota autóctone e funcionamento adequado do sistema imunológico humano, havendo em contrapartida por parte do fungo leveduriforme, permanência equilibrada da capacidade de aderência e da produção de enzimas e toxinas.

Nas crianças com síndrome de Down, além das alterações anátomo-fisiológicas bucais, macroglossia, estagnação salivar decorrente de incompetência muscular da boca, dificuldade motora, constantes doenças respiratórias e comprometimento simultâneo da resposta imunológica inata e adquirida fazem com que estes fatores adicionais, as tornem mais suscetíveis a processos infecciosos, inclusive fúngicos, onde as espécies de Candida são os agentes etiológicos mais preponderantes.

Este sítio bucal altamente povoado por cepas de Candida faz também com que as crianças detentoras desta alteração cromossômica possuam o biofilme dentário com uma interferência fúngica maior, fazendo com que haja uma ação direta ou coadjuvante na ocorrência da cárie dentária, gengivite e periodontite, quando os estreptococos do grupo mutans atuam como agentes principais.

Drogas azólicas e antibióticos poliênicos constituem os recursos terapêuticos mais comumente empregados em candidíase bucal. Entretanto, constantes recidivas de manifestações de Candida na boca de crianças, inclusive nas portadoras de síndrome de Down, favorecem a busca de novas drogas.

Isolamento e identificação. Setenta amostras de secreção salivar foram coletadas com swabs esterilizados da mucosa jugal de crianças, sendo 35 amostras de crianças portadoras de síndrome de Down (grupo-teste) e as demais crianças desprovidas desta síndrome (grupo controle). Todas as crianças possuíam faixa etária de 0 a 10 anos, apresentavam mucosa bucal íntegra, não faziam uso de nenhuma medicação e foram atendidas na Clínica de Odontopediatria da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Goiás (FO/UFG) em Goiânia-GO, Brasil.
Estatística. Foi realizada aplicando o teste de c2 (Qui-quadrado) para correlacionar os índices de carreamento de leveduras de Candida entre as cavidades bucais de crianças com e sem síndrome de Down e os valores obtidos foram considerados estatisticamente significantes quando p< 0,05.

Cepas de Candida utilizadas na análise antifúngica. Foram escolhidas aleatoriamente 8 cepas de Candida isoladas e identificadas dentre as provenientes da mucosa bucal de crianças com síndrome de Down.

Isolados de Streptomyces sp utilizados. Foram utilizados 5 isolados de Streptomyces sp, provenientes dos solos da Mata Atlântica (ES) (TIJA 2, TIJA 12 e TILA 1) e do Cerrado brasileiro (ADU 1.3 e ADU 2.1).


Detecção de atividade antifúngica. Esporos dos Streptomyces sp foram cultivados em meio ágar ISP-2 (constituído de g/L: glucose 4; extrato de levedura 4; extrato de malte 10; ágar-ágar 20, pH 7,3) a 30ºC por 15 dias até esporulação para a produção das possíveis substâncias antifúngicas.
Das 70 amostras de secreção salivar coletadas das crianças detectou-se a ocorrência de Candida em 36 (51,4%) amostras, sendo todas pertencentes à espécie albicans. A diferença entre a detecção de leveduras de Candida carreadas entre as mucosas bucais de crianças com e sem síndrome de Down mostrou significância estatística (p<0,05).
A síndrome de Down é decorrente da trissomia do cromossomo 21 do cariótipo humano, a qual pode ser provocada por não-disjunção, translocação ou ainda mosaicismo. Esta cromossomopatia induz alterações bucais que afetam estruturas ósseas, como os dentes, língua gengiva e mucosa. Deste modo, a capacidade de colonização e/ou patogenicidade das cepas de Candida pode ser favorecida pela protusão da língua, respiração bucal, irritação da mucosa com fissuras linguais e nos cantos labiais, problemas respiratórios e higiene bucal deficiente.
Agrega-se ainda a esta situação, o comprometimento do sistema imunológico em relação as respostas celular e humoral. Linfócitos T e células killer possuem suas atividades funcionais afetadas. Níveis baixos de imunoglobulinas IgG e IgG favorecem infecções microbiológicas, além da irregularidade fisiológica da peróxido-desmutase comprometer a defesa orgânica contra microrganismos, levando cepas de Candida e Staphylococcus a serem agentes etiológicos predominantes nos processos infecciosos bucais.

http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822005000500003&lng=pt&nrm=iso

FICHAMENTO 4


Epífora congênita nos pacientes com síndrome de Down
Christiane Carvalho Salvio; Wilson Takashi Hida; José Vital Filho; Marcos Cunha; Joelice dos Santos Araújo.


O diagnóstico da síndrome de Down é feito através da cariotipagem cromossômica, que pode ser realizada, durante a gestação, por análise citogenética das vilosidades coriônicas ou células do líquido amniótico.

Pais de criança com síndrome de Down têm risco aumentado de ter outro filho com essa síndrome em gestações futuras, principalmente nos casos de translocação; por essa razão o aconselhamento genético é importante.O quociente de inteligência em geral é de 30 a 60. Felizmente, o desempenho social desses pacientes costuma ser superior ao que seria de se esperar de acordo com a idade mental; são geralmente lactentes dóceis e crianças alegres e responsivas.

Alguns autores demonstraram que a obstrução anatômica das vias lacrimais em pacientes com síndrome de Down, ocorre entre o saco lacrimal e o ducto lacrimonasal.O objetivo do presente estudo foi identificar as causas de epífora congênita nos pacientes com síndrome de Down, avaliando a incidência de obstrução anatômica das vias lacrimais e bloqueio funcional da bomba lacrimal, assim como comparar essas incidências com a de pacientes controle.

Foram excluídos do estudo, pacientes atendidos no ambulatório de Vias Lacrimais que apresentavam tumor, abscesso nas vias lacrimais, doenças da superfície ocular ou pálpebras. Todos foram previamente submetidos a exame oftalmológico completo e apresentavam como queixa principal epífora e/ou secreção ocular constante, uni ou bilateral, desde o nascimento.

Os pacientes foram separados em dois grupos: grupo A, 30 pacientes com diagnóstico de síndrome de Down e grupo B, 665 pacientes sem a síndrome. Os pacientes dos dois grupos foram submetidos à prova
de irrigação das vias lacrimais em ambos os olhos, pelo médico assistente ou estagiário do serviço de Vias Lacrimais, sob anestesia geral inalatória com máscara laríngea.

Para análise dos resultados, foi aplicado o teste de Mann-Whitney, para comparação das idades em anos no momento da realização da irrigação das vias lacrimais e o teste do Quiquadrado, para identificar possíveis relações entre sexo, raça, uni ou bilateralidade dos sintomas e incidência de obstrução anatômica das vias lacrimais entre os grupos. Fixou-se em 0,05 ou 5% (p<0,05) o valor de rejeição da hipótese de nulidade.

Sintomas bilaterais de epífora e/ou secreção ocular constante foram encontrados em 25 pacientes (83,33%) do grupo A e em 335 pacientes (50,38%) do grupo B (p=0,0008). A irrigação das vias lacrimais foi realizada em ambos os olhos, mas consideramos como dados do trabalho o resultado da irrigação apenas nos olhos com epífora e/ou secreção ocular constante.

O número de portadores da síndrome de Down vem aumentando sensivelmente, devendo-se possivelmente ao maior número de gestações em mulheres acima de 35 anos e ao aumento da longevidade desses pacientes.

Conclui-se que a maioria das causas de epífora congênita em pacientes com síndrome de Down é decorrente do bloqueio funcional da bomba lacrimal, diferente do que ocorre em pacientes sem a síndrome, em que a principal causa é a obstrução anatômica das vias lacrimais.

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quinta-feira, 2 de junho de 2011

FICHAMENTO 3

Adesão ao tratamento após aconselhamento genético na Síndrome de Down
Marcos Ricardo Datti MichelettoI; Vera Lúcia Adami Raposo do AmaralII; Nelson Iguimar ValerioIII; Agnes Cristina Fett-ConteIV

Intervenções psicológicas breves e centradas na situação-problema podem ajudar as pessoas a se adaptarem com mais rapidez às exigências impostas por doenças crônicas. No momento do diagnóstico tais intervenções podem diminuir o sofrimento e propiciar um uso melhor dos recursos terapêuticos e, consequentemente, a redução dos custos com saúde (Amaral, 2001; Alfonso & Abalo, 2004).
Entre as intervenções possíveis - uma vez que a alteração não tem cura - destacam-se os tratamentos de estimulação precoce (EP) com fisioterapia, fonoaudioterapia e terapia ocupacional, que resultam em um desenvolvimento melhor do potencial do indivíduo em relação às suas deficiências (Moreira, El-Hani & Gusmão, 2000; NICHD National Institute Children & Human Development, 2003).
A pouca adesão ao tratamento é um paradoxo injusto e lamentável e gera prejuízos para os pacientes, seus familiares e s sociedade (Amaral & Albuquerque, 2000). No caso de problemas de saúde para cuja cura não exista tecnologia médico-farmacológica há necessidade de acompanhamento por longo tempo, monitoramento sistemático e avaliação constante do progresso do tratamento.
 Este processo costuma ter mais eficácia quando há envolvimento dos pacientes e de seus cuidadores, em um procedimento educativo (Ferreira, Mendonça & Lobão, 2008). Em SD, um exemplo deste procedimento é o programa de estimulação precoce.
Neste sentido, o presente estudo teve os objetivos de avaliar o efeito do AG no comportamento de adesão de pais à estimulação precoce dos filhos com SD, identificar possíveis fatores que influenciam o acesso ao AG e ao tratamento de EP e avaliar a satisfação dos clientes com o processo de AG.
Este trabalho foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (Parecer n.º 033/2003). Participaram 12 casais, pais e mães de pacientes com SD, usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), provenientes de São José do Rio Preto - SP e região. Os casais foram selecionados aleatoriamente quando chegaram ao Ambulatório de Genética do Hospital de Base (FUNFARME).
Foram utilizados: (1) ficha para obtenção dos dados de identificação pessoal, socioeconômicos e demográficos, elaborada pelos pesquisadores; (2) roteiro semiestruturado de entrevista sobre condições antecedentes e de comportamentos de adesão de pais a tratamento, também elaborada pelos pesquisadores; e (3) inventário de satisfação do cliente baseado no TherapyAttitude Inventory (Eyberg, 1993).
Foram estudados os efeitos do AG por meio de um delineamento em que o participante foi seu próprio controle, comparando-se seus comportamentos de adesão nas fases de pré-AG (1ª etapa), pós-AG (2ª etapa) e follow-up (3ª etapa).
De acordo com Kabra e Gulati (2003), explicações sobre a doença e suas consequências ajudam a família a compreender o prognóstico e os riscos de recorrência e a desenvolver estratégias específicas de tratamento. Na abordagem analítico-comportamental tais  estratégias são compreendidas como classes de comportamentos chamados operantes, que se distinguem de outros comportamentos por terem como característica fundamental a forte dependência de suas consequências. O comportamento operante tem efeito sobre o ambiente.
Em relação aos outros fatores que dificultaram o acesso ao tratamento, 50% dos pais relataram a falta de programas de EP e de profissionais preparados em suas cidades de origem. Inclusive, quando perguntado ao único casal de pais que teve pouca adesão (8,3%) ao tratamento de EP, o que lhe dificultou manter a adesão, este referiu contingências que envolveram o sistema de saúde do município de origem e o comportamento dos profissionais que o atenderam.

FICHAMENTO 2

A etiologia multifatorial da recessão periodontal
The etiologic factors of periodontal recession

Karen Ferreira Gazel Yared Mestre em Ortodontia COP – PUCMINAS; Elton Gonçalves Zenobio Doutor em Periodontia FOA-UNESP. Professor Adjunto III Periodontia PUCMINAS. Coordenador área de Periodontia. Mestrado COP- PUCMINAS; Wellington Pacheco Mestre em Ortodontia UFRJ. Professor Adjunto III do Mestrado em Ortodontia COP – PUCMINAS

A recessão periodontal corresponde à perda de inserção, resultando em uma posição mais inferior da margem gengival livre, em qualquer parte da superfície da raiz exposta.
Oliver, Brown e Löe relataram um estudo epidemiológico nacional nos Estados Unidos, onde se observou o parâmetro periodontal de recessão maior ou igual a 3mm em 15% da população, aumentando o índice em 0,5%, dos 18 aos 24 anos, até 45% naqueles com mais de 65 anos, sendo que 3% de todas as áreas examinadas apresentavam esse grau de recessão.
Albandar e Kingman apresentaram os resultados da avaliação de 9.689 indivíduos na 3ª Avaliação Nacional de Saúde e Nutrição, nos Estados Unidos, na qual foi observada a prevalência de recessão maior ou igual a 1 mm em 37,8% dos casos e a extensão em 8,6% dos dentes.

A recessão periodontal se apresenta como uma condição de etiologia multifatorial, embora o fator predominante em determinada área seja impossível de ser identificado.

Alguns fatores têm sido propostos como participantes na etiologia da recessão periodontal: o biofilme bacteriano dentário e sua conseqüente inflamação gengival, a oclusão traumatogênica, o trauma proveniente da escovação ou da inserção alterada do freio labial e características anatômicas locais relacionadas ao posicionamento dentário, espessura da gengiva marginal, altura da faixa de mucosa ceratinizada e tecido ósseo subjacente.
O acúmulo do biofilme bacteriano é de suma importância na perda de tecido de inserção periodontal. Os estudos de Parffit e Mjör demostraram que, nos dentes em que havia maior dificuldade de higienização, houve maior acúmulo de biofilme bacteriano, gengivite, com maior gravidade e maior prevalência de recessão.

O autor concluiu que o tecido gengival representa uma referência de saúde periodontal e, portanto, o sangramento à sondagem deve ser avaliado, uma vez que a presença contínua de inflamação pode levar à recessão localizada.
Segundo Lindhe, o trauma oclusal representa alterações periodontais patológicas ou de adaptação, que podem acompanhar forças excessivas provenientes dos músculos da mastigação. Harrel e Nunn desmistificaram o assunto, concluindo não haver relação entre as discrepâncias oclusais, oclusão traumatogênica e a ocorrência da recessão periodontal. Os autores alertaram ainda que não há dados consistentes na literatura para comprovar a existência de tal relação.

Avaliando 80 indivíduos, Bowers observou que a inserção alta do freio labial inferior estava freqüentemente associada com áreas de faixa de gengiva inserida mais estreita. Também estava relacionada com o aumento da gravidade da recessão periodontal, quando esta estava presente.
Quando o freio labial inferior apresentar inserção alta no processo alveolar, poderá ocorrer uma redução na largura da faixa de mucosa ceratinizada, vestibular aos incisivos centrais inferiores. Essa condição poderá interferir no processo de escovação, favorecendo o acúmulo de placa e a instalação da inflamação, levando à recessão.
Uma faixa mínima de mucosa ceratinizada pode ser observada quando um dente irrompe em vestíbulo-versão ou é forçado para uma posição vestibular pela língua, por falta de espaço (apinhamento) ou outro mecanismo. Entretanto, mesmo alguns incisivos bem posicionados no alvéolo podem exibir faixa de mucosa ceratinizada insuficiente nas superfícies vestibular e lingual.

A saúde periodontal não pode ser mantida em dentes com completa ausência de mucosa ceratinizada.
As deiscências e fenestrações ósseas constituem um pré-requisito para o desenvolvimento da recessão periodontal. Tais deficiências ósseas podem ser classificadas como de desenvolvimento (anatômicas) e adquiridas (fisiológicas ou patológicas). As anatômicas são as deiscências que podem ser formadas quando a direção da erupção dentária leva a raiz a uma posição mais vestibular ou lingual aos dentes adjacentes.

Em dentes rotacionados, a linha do ângulo da raiz torna-se mais proeminente do que a face vestibular, que é relativamente lisa. Em um estudo epidemiológico para investigar agentes etiológicos da recessão, Stoner e Mazdyasna observaram que os incisivos inferiores que apresentavam recessão estavam freqüentemente vestibularizados. 

A recessão periodontal apresenta etiologia multifatorial, com a combinação de variáveis externas e anatômicas locais. Entre as variáveis externas, destacam-se o biofilme bacteriano dentário, o trauma proveniente da escovação e inserção alterada do freio labial. As características anatômicas, que podem estar associadas ao posicionamento dentário, são constituídas pelas dimensões ósseas e mucogengivais locais, sendo a espessura da gengiva marginal de extrema importância.